Maternidade, desconfortos e alimentação viva



Sempre achei que a maternidade fosse uma capacidade de lidar com um desconforto gerado por um outro ser e que tudo começava na barriga.


A Alimentação Viva me ensinou que “desconforto” é algo muito bom, porque me tira da zona de conforto que é quase sempre fatal para realização de sonhos e planos de vida.

Então, esse desconforto enorme que seria resultado da maternidade, para ser algo suportável de fato, por algum artifício da sabedoria da natureza começaria na barriga, com o nome de “gestação”.

Sim, vamos lá, “desconforto”!

Quem está tendo, já teve ou apenas já viu, pode concordar que não é confortável! O corpo muda, pesa, estica, desforma, engorda,... Tudo isso enquanto a gestante é obrigada a atender a todas as suas necessidades, como sede, sono, fome, vontade de fazer xixi e número 2! Tudo na hora que ele avisa em caráter inadiável, porque rapidamente a gestante aprende que se não atender, vai dar algum tipo de pane nesse sistema, como baixar pressão, mal estar, enjoo, ter que sentar, deitar, voltar pra casa, … Nada gostoso, nada confortável.

E  hoje, do alto dos meus 6 meses de gestação, eu tenho a certeza absoluta de que é tudo aquilo que eu pensei sobre o nascimento da maternidade x desconforto, ao menos em parte! ...rs...

Mas vivendo esse momento no alto dos meus 5 anos como “boadrasta” da Julia (uma menina linda que hoje tem 9 anos) às “vésperas” da chegada do novo filho, o Lucas, eu entendi um revés do meu conceito...

O amor maternal, semente da maternidade, é o que realmente move a saída da zona de conforto, não apenas pelo fruto do útero, muito mais exigente você há de concordar, mas concluo que onde quer que tenha sido gerado é o amor que mantém o desconforto de cuidar, e que ambos nascem do coração.  

Da necessidade de amar e acolher um ser que não veio da barriga, que não fez aquela bagunça toda no corpo, mas que nasce no coração e que será essencial na minha história tanto quanto sou para ele, no caso, para ela.

Fato que amor maternal, seja qual for o que você vive, assim como eu, se vem do útero ou da vida, duas coisas são reais, ele vem do coração e gera muito desconforto! kkkk O desconforto de sair de si e atender àquele ser, que ama, sente, cuida, ensina, aprende, vive e habita o mundo ao seu lado.

Esse desconforto é resultado do cuidado que tudo exige, do exemplo que exige e do trabalho que dá viver fora de si e amar.

Fato é que tudo isso tem algo de muito bom! E muito a ver com a Culinária Viva e a saúde através dos alimentos, nosso tema central no blog! Além de amar, claro!

Descobri ontem que estou comendo menos do que deveria e bagunçando mais meu corpo do que poderia. Eu sou uma pessoa que não sabe o que é estar atoa ou ter tempo para fazer nada. Então estou sempre fazendo coisas, muitas coisas, e isso demanda muita energia, por isso meus horários são bem malucos e não tenho muita regularidade…

Sobre ficar poder ficar atoa, as vezes eu ouço isso da minha irmã e sinto um misto de indignação e inveja...rs, mas isso é tema para outro post ou esse aqui vai acabar sendo um livro! kkkk

Fato que eu, sabidamente muito acostumada com o bem estar, experimentei por dois dias um mal estar incrível, primeira vez na minha gestação. Não era calor, não era gente problemática me estressando, “não era fome”, nem sede e nem sono. Tudo parecia estar atendido como o “habitual”…

Opa, “habitual”? …

“Habitual” é o que faz a zona de conforto funcionar, e como disse no início isso, nada tem a ver com a maternidade… Não é mesmo?

Foi preciso ouvir da médica de plantão da maternidade que minha vida mudou. Não posso mais comer o que quero na hora que eu quero… Choooocante! E que esse estado é definitivo! Ou seja, permanente. E que irá se agravar em breve com a chegada da segunda pessoa que também precisará ter todas as suas necessidade atendidas com horários e rotina e tudo mais… Chooooocante!

O bebê é claro, né? Tem que ter hora pra tudo e tudo tem quer ser na hora dele! Meu Deus!!!

Porque o corpo da gestante não é um corpo livre como o que eu tinha antes, pra quem eu dava comida a hora que queria e o que eu queria. Esse corpo não… Esse agora exige! Exige maior aporte de calorias, regularidade de 3 em 3 horas e tudo mais tem que ser imediatamente atendido, assim como xixi, cocô, sede, sono e tal… Chocante!

Lembrei da dieta que fiz na adolescência quando eu não tinha nada pra emagrecer, mas que a médica me disse que teria que comer a cada duas horas! Chocante!!! Pensei que ela estivesse tramando algo com a minha avó… Mas não, ela estava sendo honesta. Eu até emagreci! Só comentei pro ser um fato tão chocante quanto essa “novidade” sobre do corpo da gestante!!!


Então, assim como há 12 anos atras, quando comecei a escrever o blog, eu sinto um novo chamado de estilo de vida, notadamente o alimentar naturalmente.
E senti que teria que começar escrevendo aqui, porque escrever aqui para você faz parte de registrar para mim meus novos começos. Novos cardápios, novas ideias de aporte de calorias e carboidratos!

A velha Juliana Viva ainda ri disso… rs… Mas agora sabe que não adiantar mais rir, tem que executar!

(Enquanto escrevo vem a sede e a vontade de ficar aqui até o final, apesar de ter esquecido a garrafinha d´água… mas vai que tem alguém na cozinha, um cachorro faz uma coisa linda no caminho e eu largo o texto? Vou terminar, só falta um pouquinho...rs Reviso tudo depois da água! kkkk Mas vamos voltar ao assunto!).

Para quem se aplica essa conversa? Apenas para gestantes? Na na ni na não!

Essa conversa se aplica sim a outras gestantes, como uma partilha da minha experiência, não como atendimento específico, como sempre espero animar as pessoas a uma boa conversa com a sua nutri, como sempre fiz! E assim essa conversa também é e será para todas as pessoas interessadas em mudança de estilo de vida e melhora dos hábitos alimentares a partir do aumento do consumo dos vegetais, vivos, crus e "preparados de formas saudáveis".

Eu penso que será ainda mais amplo o leque dessa fase, pois em função do aporte de calorias e carboidratos, sem dúvida, permissões não cruas, mas bem saudáveis, farão parte dessa conversa com sugestões. O que espero ajude muita gente a se livrar do mito de que a comida viva na sua rotina tem que ser tudo ou nada! Porque não precisa ser assim. Esse entendimento irá auxiliar a sua mudança de estilo de vida gradual e feliz.

Então, essa conversa é para todas as pessoas que querem viver mais e melhor através de novas mudanças alimentares com os alimentos vivos, vegetais e saudáveis!

Desejo que as portas do seu coração se abram para toda a alegria da renovação dos ciclos, que esse ano seja um ano de vitórias, de alegrias e de muita superação no seu desejo de viver um novo estilo de vida, notadamente com novos hábitos alimentares!

Fé em Deus e muita força de vontade!!!

Um vivo abraço,

Juliana Malhardes

Comentários